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COP do Povo: O povo na luta por um futuro sustentável

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    topicos especiais
  • 3 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 5 de abr.

A COP 30 Amazônia será marcada pela participação popular na construção de soluções  globais para a crise climática.


Por: Jean Felipe Rocha

© Imagem gerada por IA

COP do Povo: a força e a união dos povos indígenas na luta por justiça climática e direitos territoriais
COP do Povo: a força e a união dos povos indígenas na luta por justiça climática e direitos territoriais

Diante da exclusão de comunidades vulneráveis nas Conferências das Partes (COPs) da ONU sobre mudanças climáticas, surge A COP do Povo, um movimento popular que busca uma abordagem mais inclusiva e representativa. Reunindo povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores e moradores de periferias, que são grupos frequentemente marginalizados nesses debates, o movimento promove autossuficiência e solidariedade entre seus membros. Com encontros organizados em diferentes territórios, a COP do Povo cria um espaço para que aqueles mais impactados pelas mudanças climáticas possam discutir soluções e reivindicar sua participação ativa nas decisões globais sobre o meio ambiente.


O termo "COP do Povo" tem ligação às crescentes críticas à forma como as COPs tradicionais eram conduzidas. Em muitas edições anteriores das COPs, como a COP 21 (2015, em Paris) e a COP 27 (2022, no Egito), observadores e ativistas apontaram que as decisões eram dominadas por grandes potências econômicas e corporações, deixando de lado as preocupações e necessidades das populações que mais sofrem os efeitos das mudanças climáticas.


Em contrapartida, movimentos populares e de base organizaram eventos paralelos, conferências e fóruns para exigir que as discussões sobre o clima considerassem a justiça social e a equidade. A COP do Povo foi proposta como uma forma de amplificar essas vozes, reivindicando a democratização dos processos climáticos e buscando ações mais efetivas e justas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Exemplo disso, são as frequentes manifestações de comunidades na Amazônia, pedindo pra ter mais espaço e voz em assuntos tão importantes e que afetam a vida de muita gente.



O papel da participação popular na COP 30 Amazônia 


A COP 30 Amazônia marca uma mudança histórica na forma como as decisões sobre o clima são tomadas. Pela primeira vez, há uma inclusão significativa de representantes da sociedade civil, organizações comunitárias, indígenas e grupos marginalizados nas mesas de debate. A proposta é que a voz do povo seja ouvida de forma mais ativa, com o objetivo de garantir que as decisões tomadas beneficiem as populações que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas, como os países do Sul Global.


Organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais e ativistas têm participado de discussões, propondo soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, proteger os ecossistemas e promover a justiça social. A ideia é que a COP 30 Amazônia não seja apenas um espaço de discussão entre governos e grandes corporações, mas um momento para fortalecer a voz daqueles que mais sentem as consequências ambientais.


A inclusão desses grupos visa a garantir que as soluções adotadas na conferência não favoreçam apenas os países desenvolvidos ou grandes corporações, mas também protejam e incluam as populações que enfrentam as consequências mais severas, como as comunidades em regiões costeiras, zonas agrícolas e territórios indígenas.


A COP do Povo é uma coalizão formada por 39 organizações de comunidades tradicionais e movimentos sociais da Amazônia, que busca ampliar a participação e o protagonismo dessas populações nas decisões relacionadas ao clima e à preservação da região. Em uma carta conjunta, as lideranças afirmam: "queremos estar no centro das discussões, nas mesas de negociação, decidindo, opinando e argumentando sobre o que é melhor para nós e para o planeta". ​


Além disso, a coalizão destaca que o legado da COP 30 Amazônia não deve ser a continuidade de práticas prejudiciais, como a grilagem de terras, o avanço do garimpo sobre territórios tradicionais e a violência contra defensores socioambientais. Eles defendem que o evento seja marcado pela demarcação dos territórios indígenas, titulação dos territórios quilombolas, uma reforma agrária justa e a proteção das unidades de conservação ambiental nos diversos biomas. ​


© Ana Pessoa/Mídia Ninja

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O impacto da COP 30 nas comunidades indígenas e locais


As comunidades indígenas e locais têm sido algumas das mais afetadas pelas mudanças climáticas, pois dependem diretamente dos recursos naturais para sua sobrevivência. Durante a COP 30 Amazônia, espera-se que seja dada atenção especial a essas comunidades, com propostas de políticas que garantam a preservação de seus territórios e culturas. A proteção das florestas, por exemplo, será um ponto de destaque, já que as terras indígenas desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade e no combate ao aquecimento global.


Grupos indígenas e representantes de populações locais estarão presentes nas discussões, exigindo o reconhecimento de seus direitos e a implementação de políticas que respeitem sua relação com a terra e a natureza. A participação ativa dessas comunidades será fundamental para que as soluções propostas pela COP 30 Amazônia sejam verdadeiramente inclusivas e eficazes.


Além disso, a COP 30 Amazônia também procurará estabelecer políticas que favoreçam a autossuficiência das comunidades indígenas, permitindo que elas participem ativamente da elaboração de soluções que respeitem suas tradições e modos de vida. Com a participação direta dessas populações, espera-se um avanço em ações climáticas que realmente atendam às necessidades dos grupos mais afetados.


© Arquivo da web

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Os desafios para a implementação das ações climáticas


Apesar de o diálogo sobre a crise climática ter se tornado mais inclusivo, a implementação das decisões tomadas durante as COPs é um dos maiores desafios. Na COP 30 Amazônia, espera-se que sejam firmados compromissos mais robustos, mas a verdadeira pergunta é: como garantir que esses compromissos se transformem em ações concretas nos países signatários? Para isso, serão discutidas estratégias para a implementação de tecnologias verdes, a criação de mecanismos de financiamento para os países em desenvolvimento e a intensificação da transição energética para fontes renováveis.


O desafio central é a criação de mecanismos financeiros sustentáveis para que os países mais afetados pelas mudanças climáticas possam se adaptar e mitigar seus impactos. Países desenvolvidos, historicamente os maiores emissores de gases de efeito estufa, têm sido pressionados a fornecer recursos financeiros, além de transferir tecnologias para as nações mais vulneráveis. No entanto, garantir que o dinheiro e as soluções cheguem de fato às comunidades necessitadas tem sido um problema recorrente nas edições anteriores das COPs.


Para entender um pouco mais sobre a Cop 30 Amazônia, clique aqui.




 
 
 

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O Dossiê COP-30 é uma produção da disciplina de Tópicos Especiais em Jornalismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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